Dos vinte e dois candidatos na sala, quatrorze tinham mais de trinta e cinco anos. Quem éramos nós e o que estávamos fazendo ali disputando uma vaga com aqueles adolescentes preparados? Fiz a inscrição sem reflexionar muito. Cliquei e pronto. Aceitei. Paguei o boleto, guardei pela gaveta e com um “depois eu vejo isso” fiquei tranquila por meses – até domingo passado. Se não decidisse de fato regressar para a instituição de ensino poderia, ao menos, fazer uma cobertura bom para o serviço.
Munida de minha caneta velha e sem tampa, uma barra de chocolate, uma garrafa d’água e uma dose considerável de coragem fiz o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), dezoito anos após o ensino médio. Munida de minha caneta velha e sem tampa, água, chocolate e valentia pra prova do Enem 18 anos após o ensino médio. Terminei o antigo “segundo grau” em 2000, em uma faculdade pública no interior do Rio Grande do Sul. Entre uma reposição e outra graças a das greves, tudo muito precário, nenhum dos dezenove alunos da minha turma esperava ir no vestibular. Ninguém fez cursinho, não passamos horas e horas debruçados a respeito de os livros, nós não estávamos, nem de retirado, preparados para isso.
Passei em uma faculdade típico pequena e cara, e para mim neste instante foi uma baita vitória. Naquela época ninguém sabia o que era Enem. Não terminei o curso já que não consegui pagar, coisa que, mesmo com financiamentos e programas de acesso à faculdade, ainda ocorre muito. Quatro anos depois tive mais sucesso. Consegui me formar em 2008 e cá estou eu, tentando uma vaga pela faculdade de novo.
Sim. É isto mesmo. Não sei bem esclarecer o que me fez abrir a página do Inep e me inscrever. Exerço a profissão, carreira tá OK, se fosse simplesmente a busca por qualquer coisa novo poderia ter feito uma dieta, um curso de mandarim, entender a fazer cerâmica, tocar violão, tricô ou qualquer coisa sendo assim, entretanto não.
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Quis fazer o Enem. E qual não foi minha surpresa ao perceber no dia da prova que muita, entretanto muita gente mesmo, teve a mesma ideia. Meu primeiro compromisso era sério: disse que não iria entender. Queria realmente fazer como imaginei que fariam meus concorrentes com o mesmo perfil de idade simplesmente já que trabalham muito, cuidam da família e não têm tempo pra preparar-se.
Vão para a prova só com o entendimento da existência e não estão, exatamente, despreparados. Para saber se teria chances, admito, fiz os testes do aplicativo do G1 na manhã da prova. Na primeira rodada já vi que não seria simples. Fiquei um tanto apreensiva entretanto não havia nada que pudesse fazer àquela altura.